quinta-feira, agosto 30, 2007

DOGTOWN


dogtown era um suburbio pobre, à beira mar, de los angeles. ali, nos anos 70, uma molecada que trabalhava numa fabriqueta de pranchas, a zephyr, acabou dando um impulso danado no skateboarding. invadiam quintais atrás de psicinas vazias, andavam pelas calçadas, ensaiaram as primeiras voadas pra fora das pistas, os primeiros verticais, em tubos gigantes... isso lá por 1976, 77, 78...

mais ou menos em 78 eu fui com o meu pai ao então seu mecânico de motos, o "chico das bicicletas", em recife. eu gostava de ir lá, pois enquanto meu pai mexia na moto euficava lá olhando motos, peças, fuçando... um dia o chico mostrou um skate. era um hang ten, com shape de fibra de vidro, amarelo, desenhos em um preto esverdeado. usado. provavelmente originado de algum furto. eu gostei, meu pai pagou uma merreca e esse foi meu primeiro e único skate, uma companhia que competia com a bicicleta. as ruas onde moramos em recife não eram asfaltadas, de modo que o skate tinha que rodar em calçadas.... mas mesmo assim eu andei muito com ele. eu e a vizinhança inteira. alguns outros tinha skates nacionais, da marca bandeirante, ruins de doer, ou, quando muito, um torlay, também nacional, um pouco melhor. o meu era mais antigo, mas era gostoso de andar...


eu já não tinha o skate há anos quando cheguei perto de um half pipe - em plena explosão do skate nos anos 80, e a essa época meu divertimento era um par de patins. tentei andar no half com os patins, tomei tombaço, me arranhei todo, e desisti do vertical. fui pras ruas, minha diversão era andar no meio do trânsito, descer ladeiras, pegar carona segurando em pára-choques de ônibus, coisas que nunca contei à minha mãe e ela não saberá pois não lê esse blog...


hoje assiti a "os reis de dogtown", um filme legalzinho feito a partir e depois do documentário que stacy peralta, um dos reis de dogtown, havia filmado "dogtown and z-boys".

peralta, junto com tony alva, foram a cara do skate no final dos anos 70. os dois e o hoje esquecido jay adams. eram os funcionários da zephir que de vez em quando iam surfar e fazer rodar o carrinho por aí.

o filme me fez lembrar de algumas fotos que vi numa revista lá por 79, garotos andando numa psicina, numa revista de surf importada de algum filho de alguma amiga de minha mãe. era dogtown, o suburbio, e skate tem essa cara mesmo, esse ar de contravenção bem maior que o surf, que exige a propriedade de uma cara prancha de surf. eu morava na praia e não surfava, não tinha grana pra isso. nunca aprendi a surfar. talvez um dia aprenda. mas esses dias ainda subi num skate dum moleque, deu pra brincar um pouquinho. quem sabe um dia se veja um quarentão, cinquentão ou sessentão tentando andar num half pipe?

1 Comments:

Blogger Burgarelli said...

oi...eu vi um pot seu no site mochileiros.com falando algo sobre economizar viajando. Falou lá sobre carteirinha de albergue, como é isso. Eu estou pensando em sair apra o Chile Peru Bolivia Argentina. Me ajuda?

burgarelli@gmail.com

Marcos

3:20 AM  

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